quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Encontros O Globo – Especial Festival do Rio

Aconteceu ontem à noite o terceiro e último Encontros O Globo – Especial Festival do Rio, no Auditório do Arte SESC, no Flamengo. O evento apresentou trechos da série televisiva INVISÍVEIS, sobre os maiores problemas que assolam o continente africano atualmente, como a violência sexual e a participação das crianças nas guerras. O filme, que mistura documentário e ficção, foi produzido pelo ator espanhol Javier Barden e realizado por vários diretores, com o apoio da ONG Médicos Sem Fronteiras.

Gravado em 2006, INVISÍVEIS traz cinco pequenas histórias contadas pelos diretores Wim Wenders, Mariano Barroso, Isabel Coixet, Javier Curcuera e Fernando León de Aranoa. Para realizá-las, cada um dos diretores visitou um projeto do MSF na República Centro-Africana, Bolívia, Colômbia, Uganda e República Democrática do Congo. Inicialmente, a série foi feita apenas para a televisão espanhola, mas seu conteúdo acabou despertando o interesse do Festival de Berlim, que a exibiu no ano passado. Desde então, INVISÍVEIS já foi visto por milhares de pessoas em todo o mundo.

Após o filme, seguiu-se um debate sobre o trabalho de médicos em locais de extrema precariedade e a visibilidade que a mídia oferece (ou deixa de oferecer) à questão humanitária. O debate, mediado pelo jornalista de O Globo, Arnaldo Bloch, teve a participação de três integrantes do MSF – um especialista em medicina ambiental, uma psicóloga e a diretora-executiva do Médicos Sem Fronteiras no Brasil, Simone Rocha – e do convidado especial, cineasta Cacá Diegues.

"Essa série (INVISÍVEIS) pode ser comparada ao chamado cinema de periferia que se faz hoje em qualquer lugar do Brasil - até do ponto de vista técnico, porque o cenário é parecido, afinal também somos um país africano. Mas o termo ‘periferia’ é incorreto, porque implica uma espécie de guetificação, e o que este cinema faz é justamente o contrário: ele leva informação de dentro para fora, expande, aproxima. Tenho muito orgulho de ser um cineasta do século XXI, porque acredito que esta seja uma época de transformação não apenas do próprio cinema, mas do mundo através do cinema!” – concluiu Cacá Diegues.

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