Descobri o cinema coreano graças ao grande Im Kwon taek ainda na década de noventa. Mas foi em 2000 – meu primeiro ano de trabalho na Coordenação Internacional do Festival do Rio –, quando convidamos o impressionante filme The Isle, do Kim Ki-Duk, que passei realmente a pesquisar e batalhar por filmes vindos da Coréia do Sul. De lá para cá, uma sucessão dos novos diretores foram surgindo e os filmes sul-coreanos ganharam espaço em todos os grandes festivais do mundo e surpreendentemente nas próprias bilheterias, nacionais e internacionais.
Hoje, a Coréia do Sul é sem dúvida um dos maiores expoentes do cinema contemporâneo e a fonte parece estar sempre se renovando. Se Kim Ki-duk recentemente andou decepcionando (observo que somente aos cinéfilos, porque seus filmes ainda garantem algumas das mais altas bilheterias do cinema asiático fora do continente), diretores como Park Chan-Wook, da célebre trilogia da vingança (Sympathy for Mr. Vengeance, Oldboy e Lady Vengeance) e Hong Sang Soo (ver meu post anterior) revelaram um país de criatividade e ousadia incessantes. São misturas de gêneros, criações de novas linguagens através de uma fina ironia, da recente abertura sexual, da não-hesitação nas imagens. Há uma sede por cinema e por conhecimento de cinema.
Outros filmes foram realizados por cineastas mais novos, como O antigo jardim, de Im Sang so, que dirigiu há poucos anos a pequena obra-prima Une femme Coréene, exibido no Festival do Rio de 2005, além de Lee Jae-yong (As garotas safadas de Dasepo - foto à esquerda), diretor de Untold Scandals, interessante adaptação do romance “Ligações perigosas”.
As surpresas, no entanto, ficam por conta dos debutantes Kim Tai-sik, que realizou Na estrada com o amante da minha mulher (abaixo), um filme que toca em questões fundamentais como a solidão e a busca pelo amor, e Lee Hae-young e Lee Hae-jun, que dirigiram juntos o grande sucesso Like a Virgin, cuja temática bastante delicada é tratada com humor e muita criatividade.
Observo que sete destes filmes não estão comprados para o Brasil, portanto quem quiser conhecer melhor o que a Coréia tem, não pode deixar de assisti-los no Festival.
POR TATIANA LEITE
Um comentário:
Muito bom. Por favor dê mais dicas de filmes bons e que ainda não estão comprados.
Obrigado
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